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Cirurgia ortognática classe 2: entenda agora! [por especialista]

cirurgia ortognática classe 2 como é feita

Diariamente recebo as mais variadas dúvidas sobre a cirurgia ortognática classe 2 e é incrível como algumas pessoas desejam fazer a cirurgia por motivos errados.

Isso porque vários sites ou grupos em redes sociais acabam repassando informações equivocadas e que confundem quem está conhecendo agora a cirurgia ortognática.

Antes de tudo, já te adianto que essa cirurgia tem três classificações para identificar diferentes tipos de mordida.

Desta forma, a cirurgia ortognática classe 2 é indicada aos pacientes com os dentes inferiores mais para trás dos dentes superiores.

Esse mal posicionamento recua o queixo da pessoa em relação ao restante da face.

Se identificou com o caso? Para saber se a cirurgia ortognática classe 2 é a ideal para ajudar em sua mordida e estética facial, siga a leitura! 

Neste artigo, você irá encontrar mais detalhes sobre a classe 2, entender quais as características que o paciente costuma apresentar para fazê-la e as opções e vantagens desse tratamento.

O que é cirurgia ortognática classe 2?

Antes de te explicar sobre a cirurgia ortognática classe 2, acredito que seja interessante você saber o porquê do termo “classe 2”.

Essa expressão faz parte de uma classificação usada para diferenciar os padrões de mordida, divididas em: classe 1, classe 2 e classe 3.

Como você pode observar na imagem abaixo, cada uma tem características bem específicas.

De maneira geral, podemos falar que a classe 1 é a mordida ideal, a classe 2 é aquela em que os dentes inferiores estão mais atrás dos superiores que o normal e, na classe 3, ocorre o inverso, os dentes inferiores estão à frente dos superiores.

Além da mordida, muitas vezes é visível a deficiência na região do queixo, que quando visto de perfil, se mostra posicionado mais para trás em relação ao restante da face, uma condição chamada de retrognatismo mandibular.

Essa deficiência no crescimento da mandíbula tem diversos graus e pode variar de condições mais leves, que causam alterações na estética e na mordida, até situações mais severas que podem prejudicar a respiração e a qualidade do sono.

Problemas relacionados a classe 2

Alguns problemas podem estar relacionados a cirurgia ortognática classe 2, sendo eles:

Mordida incorreta

No caso da mordida classe 2, ocorre que os dentes inferiores do paciente estão mais para trás do que os superiores.

Desarmonia da face

O queixo é posicionado para trás e acaba deixando o restante do rosto menos agradável esteticamente.

Dificuldade respiratória

O espaço para a passagem do ar fica mais estreito quando há o desenvolvimento inadequado da mandíbula. O resultado é menos oxigênio chegando aos pulmões do paciente.

Distúrbios do sono

Pacientes portadores da classe 2 tem maiores chances de desenvolverem uma condição chamada apneia do sono, que se deve ao espaço aéreo reduzido.

Cansaço durante o dia

Os distúrbios do sono, como a apneia, citada acima, afetam a qualidade do sono e levam ao cansaço e sonolência durante o dia.

Isso influencia diretamente nas atividades básicas do cotidiano do paciente, como cumprir suas funções no trabalho.

Disfunção da articulação temporomandibular (DTM)

Essa articulação está localizada bem à frente do ouvido e é responsável por conseguirmos abrir e fechar a boca. 

Distúrbios articulares nesta região acontecem com mais frequência na classe 2, o que pode levar a estalidos, dor e limitação de abertura bucal.

Convívio social prejudicado

Nos casos mais severos da classe 2, as alterações estéticas do paciente prejudicam sua convivência.

Isso porque o retrognata passa a evitar tirar fotos em muitas situações e sente insegurança em seus relacionamentos.

A Cirurgia ortognática classe 2 cura dores?

É normal me deparar com pessoas que desejam operar por motivos errados.

Muitos procuram fazer a cirurgia devido a quadro de dores na face, na grande maioria causadas por disfunção temporomandibular (DTM) e são justamente esses casos que correm o maior risco de insatisfação após o procedimento.

Isso acontece porque a ortognática não é tratamento para nenhum tipo de dor facial, portanto, não se deve prometer nenhuma melhora dessas dores após a cirurgia.

Os estudos mostram 3 situações bem distintas em relação a esse assunto, que pode ser: melhora, piora ou nenhuma mudança nas dores. Dessa forma, não se deve criar a falsa ilusão de que a cura das dores virão com a cirurgia.

Diferença entre ortognática classe I, II e III

cirurgia ortognática classe 2 tempo de recuperação

A cirurgia ortognática, em todas as suas classes, é considerada um procedimento estético-funcional com soluções para a assimetria óssea.

Todas elas buscam corrigir o posicionamento da arcada dentária superior (a maxila) e da arcada inferior (a mandíbula).

O que as diferencia é como as arcadas dentárias superiores e inferiores dos pacientes se relacionam uma com a outra.

A Cirurgia Ortognática Classe I, por exemplo, é para pessoas que têm os dentes e a mordida bem posicionados, mas apresentam pequenas deformidades nos ossos do rosto. 

A cirurgia ortognática classe 2, como você tem visto ao longo deste artigo, é para pacientes que têm a arcada dentária superior para frente, quando comparada com a arcada inferior.

Nessa modalidade se encaixam as pessoas com o queixo para trás, geralmente causado pelo excesso de crescimento do maxilar superior.

Por fim, a cirurgia ortognática classe 3 é justamente o contrário da classe 2, ou seja, é para quando o paciente tem o queixo avançado, com a arcada dentária inferior à frente da superior.

No caso da cirurgia ortognática classe 3, os pacientes costumam ter o queixo para frente, muitas vezes causado pelo excesso de crescimento da mandíbula.

Características comuns

Uma série de alterações podem ser observadas por um especialista ao se avaliar se um paciente deve fazer a cirurgia ortognática classe 2, no entanto, determinadas características são facilmente identificadas até por olhos menos treinados. Algumas delas são:

  • Queixo para trás: a deficiência no crescimento da mandíbula, torna a região do queixo menos proeminente, dando a face um aspecto convexo. Muitas vezes essa alteração é chamada de queixo curto ou queixo pequeno;
  • Mordida não encaixa corretamente: os dentes inferiores estão recuados mais do que o ideal em relação aos superiores, prejudicando a mordida;
  • Nariz grande: na maioria das vezes se trata apenas de uma impressão, devido o retroposicionamento do queixo que torna a face desarmônica;
  • Estalidos a frente do ouvido: como citado anteriormente, as pessoas com classe 2 tem maior tendência a desenvolver problemas da articulação temporomandibular (ATM).

Opções de tratamento

Como dito no início deste artigo, o termo classe 2 faz parte de uma classificação usada para identificar diferentes tipos de mordida.

Dessa forma existem casos em que o problema se deve apenas ao mau posicionamento dos dentes e pode ser facilmente corrigido com uso do aparelho ortodôntico.

Enquanto em outras situações, além do problema dentário há também um crescimento inadequado da mandíbula e nestes casos a cirurgia ortognática é indicada.

Além destas duas alternativas de tratamento, há ainda a possibilidade de resolver casos mais leves, que possuem alguma deficiência de crescimento mandibular, com a combinação de tratamento ortodôntico e a mentoplastia (cirurgia no queixo).

Se você quer aprender ainda mais sobre a cirurgia ortognática, preparei um artigo muito completo que explica passo a passo sobre esse procedimento, com uma linguagem totalmente voltada para o entendimento do paciente. Para acessar é só clicar aqui.

Vantagens da cirurgia ortognática classe 2

Ao longo deste artigo, reforcei que a cirurgia ortognática classe 2 é um procedimento estético-funcional.

Na prática, isso significa que ela não só equilibra a harmonia do rosto e corrige as diferenças entre a maxila e mandíbula.

A cirurgia ortognática classe 2 vai além, restabelecendo a mastigação e digestão, logo, ampliando os benefícios para o intestino e sistema gástrico do paciente operado.

A respiração também entra em suas vantagens funcionais, pois a cavidade nasal e as vias aéreas superiores passam por interferências positivas após o posicionamento correto da maxila.

Assim, o paciente passa a ter uma respiração com melhor qualidade, curando até mesmo casos de apneia obstrutiva do sono.

Quando há o caso da cura desta apneia, as vantagens se estendem para melhoria de dores de cabeça e musculares que ela geralmente causa, mas atente-se, como falei acima, não é regra que essa cirurgia cure dores.

A rapidez da operação também é uma grande vantagem desta operação. Além de durar aproximadamente uma hora, o paciente costuma receber sua alta em até 24h após o procedimento ser finalizado.

Qual profissional realiza a cirurgia ortognática classe 2?

A cirurgia ortognática classe 2 é feita pelo cirurgião bucomaxilofacial. Com ele, o paciente define se essa é a classe de cirurgia ideal para o seu caso, além de fazer projeções dos resultados e alinhar suas expectativas.

No mais, o  cirurgião bucomaxilofacial também analisa o paciente considerando sua simetria do rosto, elasticidade da pele, cicatrizes, proporções faciais, queixas e possibilidades de resolução do caso.

Como é feita a cirurgia ortognática classe 2?

O modo como a cirurgia ortognática classe 2 é feita depende se a intervenção será na maxila, na mandíbula ou até nas duas.

Mas, de maneira geral, o  cirurgião bucomaxilofacial realiza uma sola da arcada dentária superior ou inferior para corrigir sua posição.

Depois, com placas e parafusos de titânio, a maxila, mandíbula ou as duas, a depender do caso, são fixadas no lugar certo.

A realização de toda cirurgia ocorre em ambiente hospitalar e exige que a anestesia geral seja aplicada no paciente.

É importante saber também que o procedimento é feito sempre dentro da boca, sem nenhum tipo de intervenção ou cicatriz na parte de fora, como rosto ou pescoço.

Como funciona o pré e pós-operatório da ortognática classe 2?

O pré-operatório da ortognática classe 2 é muito semelhante aos das outras duas classes.

Ou seja, costuma exigir que o paciente alinhe seus dentes com o uso do aparelho ortodôntico fixo.

É comum que o aparelho seja usado por até dois anos antes da cirurgia e o mantendo por mais um ano após a operação, o usando até mesmo durante o procedimento da classe 2.

Já o período pós-cirúrgico requer que o paciente siga algumas orientações para que tudo seja o mais tranquilo possível.

As orientações mais comuns são:

  • não fazer esforços físicos;
  • manter o repouso por duas semanas (ou conforme o tempo que o cirurgião indicar);
  • nos primeiros três meses, manter uma alimentação líquida ou pastosa;
  • aplicação de compressas frias no rosto ao longo do dia, por pelo menos 10 minutos;
  • fazer drenagem linfática para diminuir o inchaço;
  • fazer sessões de fisioterapia para mastigação, dor e inchaço;
  • não se expor ao sol;
  • não fazer exercícios físicos.

Como você notou nas orientações, o inchaço é comum no pós-operatório da cirurgia ortognática classe 2, acompanhado de dores leves ao abrir e fechar a boca.

Mas esses sintomas não são permanentes e desaparecem totalmente conforme os dias passam.

Quanto tempo de repouso após cirurgia ortognática?

Após a liberação, o paciente precisa ficar em repouso por um período que pode ir de duas a quatro semanas, dependendo da indicação do cirurgião.

Nesse tempo, são indicados alguns remédios analgésicos para evitar a dor, como o Paracetamol.

Os resultados da operação costumam ficar visíveis a partir do segundo mês, quando o inchaço já diminuiu bastante.

A partir do sexto mês todo o inchaço já passou e o resultado final da intervenção já pode ser admirado.

Quais são os riscos da cirurgia ortognática?

Antes de apresentar os riscos da ortognática classe 2, já adianto que eles são raros.

O primeiro deles diz respeito à perda de sensibilidade no rosto. Podem ocorrer também alguns sangramentos na boca e no nariz do paciente.

No mais, pode acontecer uma infecção no local em que os cortes ocorreram, um risco comum em qualquer tipo de cirurgia.

Antes e depois da ortognática classe 2

Para que você visualize melhor os resultados desta operação, apresento aqui um antes e depois da cirurgia ortognática classe 2.

ortognática classe 2 antes e depois

Neste caso, foi realizada a cirurgia ortognática na mandíbula e o refinamento do queixo com a mentoplastia.

 

Conclusão

Ao longo desse artigo, eu esclareci quais são as principais dúvidas que costumo ouvir sobre a cirurgia ortognática classe 2.

Assim, você soube que ela é a cirurgia responsável pela correção dos dentes inferiores que estão mais para trás em relação aos dentes superiores, geralmente afundando o queixo e o diminuindo.

Expliquei também alguns problemas que essa condição pode causar ao paciente, indo desde a mordida incorreta até distúrbios no sono e dificuldades ao respirar.

E justamente por ser capaz de solucionar esses problemas, a cirurgia ortognática classe 2 é considerada um procedimento estético-funcional.

Isso porque ela tem o potencial de melhorar a harmonia do rosto, dando uma melhor aparência a ele, mas também corrige os problemas na saúde do paciente.

Por fim, neste artigo também instrui sobre o pré-operatório que geralmente exige o uso de aparelho, além do pós-operatório, que também requer algumas orientações que costumo passar aos meus pacientes.

Espero sinceramente que este conteúdo tenha ajudado você a entender melhor sobre a cirurgia ortognática classe II.

Em caso de dúvidas, você pode deixar um comentário logo abaixo ou agendar uma consulta.

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SOBRE O AUTOR

Dr. Ícaro Guilherme

Sou Icaro Guilherme, cirurgião bucomaxilofacial especialista pela Universidade de São Paulo (USP – SP). Realizei residência na área pelo Hospital Universitário da USP durante 3 anos e em quase 9 mil horas tive a oportunidade de aprender com grandes nomes da cirurgia nacional e internacional.

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