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Cirurgia no maxilar: como funciona e quem deve fazer?

cirurgia no maxilar é perigoso

A cirurgia no maxilar é uma necessidade de quase 10 milhões de brasileiros, segundo estimativa do Colégio Brasileiro de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial.

O número é alto e envolve alguns problemas nessa região do rosto, como crescimentos deficientes ou exagerados, que podem levar a dores, distúrbios na articulação, mordida e respiração, além de refletir na estética facial.

Assim, a cirurgia no maxilar, também conhecida como cirurgia ortognática, entra em cena para corrigir essas alterações do maxilar de um paciente, algo que chamamos de anomalia dentofacial.

Com essa cirurgia, conseguimos modificar a posição do maxilar, gengiva e queixo, gerando mudanças em toda a fisionomia do indivíduo operado e o dando mais  qualidade de vida.

E justamente por unir os fatores de melhora estética e da saúde, a cirurgia no maxilar é considerada um procedimento estético-funcional.

Mas é claro que para sua realização é fundamental fazer um diagnóstico minucioso do paciente em questão, avaliando inúmeros fatores para planejar o melhor andamento do tratamento. 

E é por isso que preparei esse artigo. Com ele, pretendo te ajudar a entender ao máximo sobre a cirurgia no maxilar, qual a sua necessidade, indicação, modo de ser feita, recuperação, riscos, valores e muito mais!

Siga a leitura e fique por dentro de tudo sobre esse procedimento!

Cirurgia no maxilar: por que é necessária?

A cirurgia no maxilar é necessária para tratar problemas em três planos do rosto, sendo eles o anteroposterior, vertical e transversal.

O plano anteroposterior envolve problemas como prognatismo, ou seja, o queixo grande, e retrognatismo, ou seja, o queixo retraído.

Já o plano vertical costuma estar relacionado a problemas como o excesso, sendo o sorriso gengival um exemplo, ou uma deficiência na altura do rosto, como quando o paciente sorri, mas não mostra ou apenas mostra um pouco dos dentes superiores.

Por fim, temos o plano transversal, que se trata de quando o maxilar está em desarmonia com o sentido latero-lateral.

Isso pode ser causado por desvios dos maxilares ao longo do crescimento, deixando o rosto assimétrico, ou também por uma desarmonia no crescimento transversal, levando a casos de mordida cruzada.

Para quem é indicada a cirurgia no maxilar?

cirurgia no maxilar recuperação

A cirurgia no maxilar é indicada para pessoas que apresentam deformidades dentofaciais. Abaixo, separei as mais comuns que podem levar a esse procedimento.

Queixo para trás (classe 2)

Essa deformidade dentofacial diz respeito a aqueles pacientes que apresentam o queixo muito para trás.

Nessa situação, a arcada superior está bem projetada em relação a inferior.

Então, a alteração pode ocorrer por conta do excesso de crescimento do maxilar superior (o que chamamos de maxila) ou devido ao pouco desenvolvimento do maxilar inferior (a mandíbula) e até mesmo pela combinação desses dois casos.

Queixo para frente (Classe 3)

Nesse tipo de caso, a arcada inferior do paciente está bem projetada quando comparada à arcada superior.

Essa alteração pode ocorrer devido ao pouco desenvolvimento do maxilar superior (maxila) ou por conta do excesso de crescimento do maxilar inferior (mandíbula) e também pela combinação dos dois casos.

Mordida aberta

Nessas situações o paciente apresenta a região anterior entre as arcadas abertas, não tendo contato dos dentes superiores com os inferiores.

Isso causa uma grande dificuldade ao mastigar, além de alterar drasticamente os traços do rosto e impactar a respiração, o sorriso e a postura da língua.

Sorriso gengival

O sorriso gengival costuma ocorrer quando há um intenso crescimento de cima para baixo do maxilar superior.

Essa falha no crescimento deixa o paciente com problemas para selar os lábios, assim o sorriso expõe muita gengiva, causando um aspecto desfavorável à estética facial.

Mordida cruzada

A mordida cruzada ocorre quando há um desenvolvimento insuficiente do maxilar superior (a chamada maxila) por conta da falta de estímulo da passagem de ar para os seios da face.

Assim, a mordida se apresenta cruzada na parte posterior, isto é, os dentes superiores do paciente não se encaixam com os dentes inferiores.

Neste caso, a cirurgia no maxilar expande a maxila e também melhora a respiração, pois abre o céu da boca (palato) e também as fossas nasais do paciente.

Assimetria facial

Por fim, a cirurgia no maxilar também pode ser indicada em casos de assimetria do rosto, ou seja, quando um lado tem um crescimento diferente do outro lado.

Diversas causas podem levar a esse problema, como má formação congênita (exemplo: microssomia hemifacial) ou uma má formação adquirida (exemplo: traumatismo que levou a anquilose de ATM).

Como é feita a cirurgia no maxilar?

Antes de chegar na cirurgia no maxilar, o paciente precisa usar aparelho ortodôntico por pelo menos dois anos.

Os aparelhos garantem que a posição dos dentes seja corrigida na questão de estrutura óssea, então não é regra que os dentes devem ficar alinhados nesses dois anos de uso para que a cirurgia seja feita.

Para visualização do resultado final do paciente, costumo fazer uma simulação da cirurgia e, só depois disso, o procedimento é realizado em ambiente hospitalar.

Na prática, o que preciso fazer é reposicionar o maxilar superior, inferior ou queixo.  Para isso, faço incisões na mucosa por dentro da boca para conseguir chegar na maxila. Então, eu corto esse osso e o levo para posição planejada e ideal.

Depois, o fixo nessa posição com placas e parafusos de titânio e fecho os cortes na mucosa com pontos.

Todo esse processo pode levar entre duas a quatro horas, dependendo do caso do paciente operado.

Qual o tempo de recuperação de uma cirurgia no maxilar?

A recuperação do paciente que passa pela cirurgia no maxilar é de geralmente seis semanas, com pausa em exercícios físicos intensos e pelo menos 7 dias de repouso.

Já a cicatrização completa da mandíbula costuma levar cerca de três meses, mas nesse período o paciente já pode voltar a sua rotina.

Além disso, a recuperação pode incluir algumas dores, inchaço, sangramento e náuseas.

Porém, garanto que o desaparecimento desses sintomas acontece dentro de algumas semanas, embora de maneira gradativa.

Durante a recuperação, também é comum que o paciente passe por uma  dieta líquida, para que resíduos de alimentos não fiquem no local da cirurgia, levando ao risco da proliferação de bactérias.

No mais, pode ser recomendado algumas sessões de fisioterapia, para diminuir as dores e inchaço da região, além de ampliar a movimentação da ATM e facilitar no movimento de abrir e fechar a boca.

Cirurgia no maxilar antes e depois

Abaixo, veja um exemplo de antes e depois da cirurgia no maxilar.

cirurgia no maxilar antes e depois

cirurgia no maxilar antes e depois 2

Quais são os riscos da cirurgia no maxilar?

A cirurgia no maxilar tem sim os seus riscos e complicações, bem como qualquer procedimento operatório.

Cito aqui a perda de sensibilidade (parestesia) da região do queixo e lábio inferior com um dos principais.

Além disso, outros riscos são:

  • infecções;
  • formigamento na face;
  • inchaço;
  • obstrução nasal.

Quem faz cirurgia no maxilar?

O profissional capacitado para fazer a cirurgia no maxilar é o bucomaxilofacial.

Esse cirurgião é um especialista dentro da odontologia, capaz de detectar com precisão qual a necessidade de corrigir e reposicionar queixos, maxilares, traumatismos e deformidades no rosto.

Então, caso queira buscar um profissional para te informar sobre uma possível cirurgia no maxilar, lembre-se que o diagnóstico completo pode ser feito com um cirurgião bucomaxilofacial.

Quais as contraindicações da cirurgia?

A principal contraindicação da cirurgia no maxilar é em relação a idade.

Menores de 17 anos não podem fazê-la, pois a formação óssea ainda não está completa até essa idade.

Pessoas com alergia a anestesia geral também não podem realizar esse procedimento, bem como indivíduos com distúrbios neurológicos.

Quanto custa uma cirurgia no maxilar?

Diversos fatores giram em torno do valor de uma cirurgia no maxilar e aqui vou explicar alguns deles.

Primeiro, há a questão da experiência, reputação e especialização do cirurgião bucomaxilofacial que realiza a operação.

Depois, temos os valores dos materiais usados para realizar a cirurgia e as técnicas utilizadas para cada paciente.

É preciso também considerar os custos da equipe cirúrgica, anestesista, equipamentos, medicamentos, drenagem linfática e fisioterapia.

Todos esses fatores fazem o valor variar de um paciente para o outro, portanto, para saber em torno de quanto essa cirurgia ficaria para você, o ideal é agendar uma consulta e pedir uma avaliação específica do seu caso.

Conclusão

Como disse ao iniciar esse artigo, a cirurgia no maxilar é uma necessidade de quase 10 milhões de brasileiros e ela é capaz de reconstruir ou reposicionar o maxilar de um indivíduo.

Mas é claro que para chegar até esse procedimento, o paciente deve passar por uma avaliação minuciosa, além de precisar usar aparelho ortodôntico por pelo menos dois anos.

Depois desses processos, entro em cena com a cirurgia no maxilar, cortando esse osso da face e o levando para posição planejada e ideal. 

Lembrando que após o corte e reposicionamento, o osso é fixado na nova posição com placas e parafusos de titânio, para garantir uma melhor estabilização. 

E como todo procedimento operatório, essa cirurgia tem alguns riscos, como perda de sensibilidade (parestesia) da região do queixo e lábio inferior, infecções, inchaços e formigamentos no rosto.

Mas para que você não se preocupe com esses riscos e se sinta confiante caso precise fazer a cirurgia no maxilar, é fundamental realizá-la com um profissional capacitado.

E para isso, você pode contar comigo!

Agende já a sua consulta. Será um prazer te receber.

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SOBRE O AUTOR

Dr. Ícaro Guilherme

Sou Icaro Guilherme, cirurgião bucomaxilofacial especialista pela Universidade de São Paulo (USP – SP). Realizei residência na área pelo Hospital Universitário da USP durante 3 anos e em quase 9 mil horas tive a oportunidade de aprender com grandes nomes da cirurgia nacional e internacional.

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