Chamamos de disfunção de ATM os problemas que atrapalham o funcionamento correto da ATM.
Se você está se perguntando o que é a ATM, eu explico!
A Articulação Temporomandibular (ATM) é o que liga o nosso maxilar ao crânio e é a responsável pelo nosso movimento de abrir e fechar a boca.
Importante, não é mesmo?
Para entender melhor quais são os problemas que ela pode ter e o que os ocasionam, separei esse artigo completo, com sintomas, fatores de risco, tratamentos e muito mais.
Siga a leitura e fique por dentro de tudo sobre a disfunção de ATM!
Disfunção de ATM: o que é?
Antes de falarmos sobre a disfunção de ATM, conhecida também como DTM, é preciso entender primeiro a parte do rosto que ela prejudica, sendo a Articulação Temporomandibular, abreviada como ATM.
A ATM diz respeito ao encaixe da mandíbula com o restante dos dentes, sendo a responsável pelo movimento de abrir e fechar a boca.
Para entender na prática a localização da ATM em si mesmo, basta colocar a sua mão em frente a sua orelha e abrir e fechar a boca.
Toda essa parte que você sente movendo em seu rosto faz parte da articulação temporomandibular.
Como eu disse acima, a função da ATM é permitir que a gente abra e feche a boca, assim, ela garante a realização de ações como bocejar, cantar e comer.
Quando a ATM apresenta problemas, eles são considerados disfunção de ATM, se caracterizando como anormalidades nessa região.
Alguns hábitos comuns estão relacionados a disfunção de ATM, como:
- bruxismo;
- apertamento dentário;
- postura da cabeça para a frente;
- costume de morder objetos estranhos;
- ato de roer unha;
- mastigar chicletes,
- fatores ligados ao estresse, ansiedade, depressão ou eventos traumáticos.
Quando há disfunção, o paciente costuma apresentar alguns sintomas que eu irei falar em mais detalhes a seguir.
Quais os sintomas da ATM inflamada?
As dores são os principais sintomas da ATM inflamada. Elas costumam aparecer em locais específicos relacionados a essa região. Confira abaixo quais são.
Dores de cabeça e dores no rosto
Dores nesses locais são as mais comuns, geralmente surgindo perto do ouvido, nas têmporas ou na parte frontal da cabeça do paciente.
Quando a disfunção está relacionada ao bruxismo, por exemplo, essas dores são mais recorrentes durante o período da manhã, ao acordar.
Tais dores, em especial, ocorrem pelo desgaste muscular e apresentam até mesmo algumas pontadas.
Dores no pescoço e dores no ombro
Devido a proximidade muscular da ATM no ombro e no pescoço, as dores também podem se apresentar nestas partes do corpo.
Esses não são os sintomas mais comuns e estão relacionados à tensão e dores de cabeça do paciente.
Zumbido e dores no ouvido
Quando indiquei para que você colocasse a mão na frente da orelha para sentir a ATM ficou clara a proximidade dessas regiões, certo?
Justamente por isso alguns pacientes com disfunção de ATM apresentam dores intensas no ouvido, zumbidos e uma espécie de pressão atrás dos olhos.
Desconforto e estalos ao abrir a boca
Um dos sintomas mais clássicos da disfunção de ATM é a dor ao abrir e fechar a boca, comum ao bocejar, por exemplo.
Há também os casos de estalos e chiados durante o ato de abrir e fechar a boca, tornando a mastigação e a mordida desconfortáveis.
Travamentos no maxilar
Quando o caso já é mais avançado, ao abrir a boca, a cabeça da mandíbula do paciente sai da posição normal e não volta.
Então, é preciso que um especialista a insira no local correto novamente.
Esses travamentos também podem ser temporários e a cabeça da mandíbula voltar ao lugar sozinha, mas se isso acontecer, de maneira geral, é recomendado buscar ajuda médica.
Inchaços
Os inchaços geralmente aparecem de repente e tem relação com as dores ao mastigar ou simplesmente abrir a boca.
A hipertrofia do músculo é o que leva a isso, causando até mesmo assimetria no rosto do paciente, no qual um dos lados fica mais quadrado.
Problemas na respiração
Quando a disfunção de ATM afeta a respiração do paciente, é comum que ele apresente ressecamentos na garganta com frequência, impressão de que a garganta está obstruída, tendência a respirar pela boca, apnéia, ronco, boca seca e mudanças de postura da cabeça.
Fatores de riscos para disfunção de DTM
Nessa parte, separei algumas situações que podem aumentar as chances de um paciente apresentar disfunção de DTM. Confira!
Costumes associados ao estresse
Esses costumes podem ser hábitos do paciente como:
- roer unhas;
- morder o lábio;
- apertar a mandíbula;
- mastigar coisas por muito tempo (como chicletes);
- ranger os dentes (tanto de dia como de noite).
Problemas de saúde
Alguns problemas de saúde que podem se caracterizar como fatores de risco desse caso são:
- problemas psicológicos (como o estresse, citado acima);
- lesões antigas na mandíbula ou na face;
- dentes e mordida não alinhados;
- deformidades no rosto;
- problemas artríticos (osteoartrite, artrite reumatoide e fibromialgia).
Gênero
Embora a disfunção afete pessoas das mais diversas idades, sexo e raça, ela costuma ser mais comum em mulheres adultas.
Segundo dados, para cada quatro mulheres, somente um homem é atingido pela DTM.
De acordo com a Academia Americana de Dor Orofacial, cerca de 40% a 75% da população apresenta algum sinal de disfunção e as mulheres são o grupo mais afetado.
A faixa etária do descobrimento da disfunção nas mulheres costuma ser de 30 a 40 anos de idade.
O que problemas na ATM podem causar?
Os problemas na ATM afetam diretamente a própria articulação do paciente, além da musculatura da mandíbula.
O reflexo disso são os sintomas que apresentei acima, como dores de cabeça, dificuldade em abrir a boca, zumbidos no ouvido, estalos na articulação, inchaços no rosto e afins.
No mais, ao analisarmos os problemas na ATM a longo prazo, eles podem causar doenças degenerativas e levar a graves alterações na mordida.
Como funciona o diagnóstico da disfunção de ATM?
O diagnóstico conta com algumas perguntas feitas pelo profissional sobre os sintomas, hábitos orais, traumas e tentativas de tratamento que já ocorreram.
É comum também que o profissional investigue pontos como:
- engrenagem dos dentes;
- abrangência dos movimentos mandibulares;
- auscultação dos ruídos articulares;
- apalpamento das articulações;
- apalpamento dos músculos do rosto e da cabeça.
Além do mais, alguns instrumentos que podem auxiliar o diagnóstico são:
- radiografias convencionais;
- ressonância magnética
- tomografia linear ou planigrafia;
- tomografia computadorizada;
- artrotomografia.
Qual o médico que cuida da ATM?
O cirurgião bucomaxilofacial é o profissional que cuida de disfunções de ATM, desde o diagnóstico, exames, avaliações e tratamentos.
Para se preparar para uma consulta com o cirurgião bucomaxilofacial, você pode levar algumas informações, como:
- os sintomas que você sente e há quanto tempo eles te incomodam;
- uma lista com todos os medicamentos que você toma com frequência;
- histórico médico de traumas, acidentes e afins.
Qual o tratamento para disfunção da ATM?
Antes de entrar na questão do tratamento, já adianto que por conta das diversas causas e efeitos no corpo do paciente, há muitas formas de tratar a disfunção de ATM.
Sendo assim, não existe um tratamento padrão, aplicado a todos os pacientes que apresentam esse quadro.
Além do mais, o tratamento costuma ser multidisciplinar, ou seja, conta com a atuação do cirurgião bucomaxilofacial no comando do tratamento, mas também tem a mão de fonoaudiólogos, psicólogos, endocrinologistas e neurologistas.
Portanto, separei uma lista com alguns tratamentos para os transtornos de ATM, como:
- cirurgia;
- fisioterapia;
- exercícios para o relaxamento muscular;
- compressas frias para controlar dores de crises;
- medicamentos anti inflamatórios;
- acompanhamento psicológico;
- placas de mordida.
Quanto tempo dura o tratamento de ATM?
Como eu disse acima, não há um tratamento padrão para cuidar da disfunção de ATM, pois há diversas formas de tratá-la.
E pelo mesmo contexto, não há um tempo exato que eu possa indicar a todos os pacientes sobre a duração do tratamento.
Isso porque as disfunções, dependendo do nível, podem ser mais difíceis de diagnosticar e também de tratar.
O que posso adiantar são as etapas que o tratamento costuma apresentar, mas já aviso que o período que cada uma leva irá depender do caso do paciente.
Sendo assim, a primeira etapa envolve o exame físico, em que verifico a dor do paciente apalpando os músculos da mastigação, os estalos ao mover a mandíbula, as alterações nos dentes e na mordida e os desvios na mandíbula.
Depois, costumo indicar alguns medicamentos que ajudam a aliviar as dores, como analgésicos, relaxantes musculares, sedativos e antidepressivos tricíclicos.
É comum que o tratamento siga com as talas orais que são inseridas sobre os dentes, podendo ser macias ou firmes, a depender do diagnóstico.
Na sequência, posso prescrever fisioterapia para os músculos do maxilar e acompanhamento psicológico, para pacientes que apresentam fatores emocionais das disfunções, como o estresse.
Por fim, há casos em que é preciso recorrer a cirurgia, como a de reparação da articulação, feita quando o paciente tem problema estrutural na articulação.
Há também a chance da cirurgia de artroscopia, na qual os tecidos inflamados da articulação são removidos.
Conclusão
Como você viu ao longo deste artigo, a disfunção de ATM pode ser causada por diversos motivos, desde o bruxismo até os hábitos comuns de estresse, como roer unhas, morder lábios e ranger os dentes.
E justamente por conta desses diversos motivos que causam a disfunção, são diversos os sintomas que um paciente nesse quadro pode apresentar.
Nesse ponto, as dores costumam ser os principais sintomas, sendo na cabeça, no pescoço, no ombro, no ouvido e no rosto.
Os reflexos de tudo isso são diretos na própria articulação do paciente e também na musculatura da mandíbula.
Para ter certeza do seu diagnóstico e qual o tratamento mais adequado para o seu caso, você pode contar comigo!
Basta agendar uma consulta e juntos iremos entender todas as causas que podem ter levado a sua disfunção de ATM e as melhores maneiras de te proporcionar o bem-estar dessa articulação novamente!